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10 de maio de 2012

A fila do banco

Esta semana fui ao banco e tive que enfrentar uma daquelas enormes filas que desanimam qualquer sujeito em plena tarde de quarta-feira. Minha mãe me acompanhava, assim que entramos ela achou uma cadeira razoavelmente confortável para descansar e ficou  me observando reclamar.


Paciência com certeza não é uma de minhas virtudes. Por isso meu sangue já havia começado a esquentar assim que desci os olhos nas treze pessoas a minha frente. Passaram-se mais ou menos dez minutos quando uma crente de saia no joelho e cabelo na cintura entrou. Quando eu era menor, pedia pra deixar o meu crescer assim também. O bom senso da minha mãe sempre me negou esta vontade. Ela carregava uma criança no colo, a menina devia ter uns quatro ou cinco anos. Estava toda torta nos braços da mãe mas parecia dormir deliciosamente. Senti inveja daquela menininha.  Também queria ter o colo da minha mãe quando tenho que esperar inutilmente por algo. Enfim.


Depois disso entrou uma jovem senhora. Daquelas que tem mais que 60 anos, porém mais energia que qualquer mulher nos seus quarenta. Ela estava toda animada e correndo muito de um lado para o outro. Acabou que passou na frente da mãe que carregava a criança pesada e dorminhoca, por pura safadeza. Disse que tinha lugar guardado na fila. Eu achei aquilo um tremendo desaforo. Mas  ela acabou tendo que voltar para o fim da fila de verdade, aquela que eu estava a vinte minutos.

Dentro desta fila louca tinha um sujeito com um baita dum Iphone que não parava de tocar e ele de atender. Era bate papo pra lá, bate papo pra cá. Aquilo estava me tirando do sério, não só porque eu estava sendo obrigada a ouvir a conversa alheia, mas porque aquele era o cara que me fez me sentir obrigada a aturar todo aquele tempo de fila. Eu explico.

Naquele momento já havia se passado por volta de vinte e cinco minutos que eu sofria. Até a minha mãe estava de saco cheio daquilo e me disse que era proibido por lei ficar mais de trinta minutos na fila do banco. Eu não sabia de lei nenhuma então disse: “Que exagero mãe!” ela falou que existia mesmo uma lei assim e que como muitas ela não era seguida.

Com aquela informação eu me senti no poder novamente. Senti que não era o banco quem ditava todas as regras. Porque geralmente este tipo de serviço tem péssimo atendimento porque é um mal necessário. Ninguém vive sem conta no banco. Então mesmo existindo diferentes bancos, parece que eles fazem um complô e agem todos iguais. Tarifas enormes, juros absurdos, e filas que não acabam mais. Quem vai reclamar? Acontece que existem jeitos de contornar as falcatruas e ser ouvida.

Então foi por isso que o cara no Iphone me incomodou tanto. Como eu poderia com a cara e a coragem chamar o gerente, recepcionista ou o papa e falar: “Olha aqui meu senhor! Estou aqui á TRINTA minutos, e isso é contra a lei.” Enquanto um dos meus (outros clientes do banco) quebra regras como a da proibição do uso de celular dentro do banco? Se alguém do meu “grupo” decide não seguir uma das leis, eu não me sinto no direito de clamar por outras. Se uma for quebrada todas as outras também terão seus motivos para tal.
Por fim, acabei não dizendo nada nem para o sujeito no celular, muito menos para o atendente do caixa. Foram trinta minutos sem poder dizer nada.
                                                

4 comentários:

  1. Credo que história.
    Já passei por isso tbm, e olha que essa lei existe mesmo.
    Já li que em uma cidade do Brasil uma estudante de direito recebeu indenização por esperar mais de 30 minutos na fila.
    Enfim é verdade, o problema é que não sabemos usar.
    Beijos
    passarelabrasil.blogspot.com

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  2. Nem sabia dessa lei, mais realmente é um horror!!
    http://sweetdreamssah.blogspot.com.br/

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